O silêncio do presidente Bolsonaro perante a invasão e bombardeios russos na Ucrânia é ensurdecedor. Afinal, ele [o presidente brasileiro] esteve lá na Rússia no último dia 16. Apertou a mão de Vladimir Putin e chegou a sugerir a possibilidade de que a ida dele a Moscou contribuísse com a retirada de parte das tropas russas da fronteira com a Ucrânia. “Mantivemos a nossa agenda e, coincidência ou não, parte das tropas deixou as fronteiras. Ao que tudo indica, a grande sinalização é que o caminho para a solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia”. Ledo engano.
Afinal, na madrugada desta quinta (24), mísseis russos rasgaram o céu da Ucrânia. Explosões e sirenes anunciaram o início de uma guerra. É difícil de imaginar o pânico das pessoas que já vinham convivendo com a expectativa desse confronto armado. Eles pedem socorro para sair do meio dessa guerra de fogo que chega pelo ar, pela terra e pelo mar. Entretanto, o ‘nosso’ chefe maior, presidente da Nação manteve a boca fechada sobre um assunto que aflige o mundo.
Enquanto líderes mundiais se manifestavam para apaziguar o conflito, Bolsonaro inaugurava uma travessia em São Paulo. Além disso passou a tarde entre carreata e tietagem com os fãs. Também fez campanha política antecipada ao cúmulo de o mestre de cerimônia pedir ao público: “Põe no 22 aí”. Se referindo ao número do PL, novo partido de Bolsonaro. Horas depois de o vice-presidente Mourão e o Itamaraty demonstrarem preocupação com o conflito internacional, Bolsonaro twittou. Entretanto, evitou falar sobre a invasão russa. Mas pelo menos disse que está “totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”.
BOCA FECHADA
Mas pensando bem, o que Bolsonaro tem a declarar agora, depois de ter falado ao Putin que o Brasil era solidário à Rússia? Para o bem de todos, é preferível que ele, o Presidente, continue calado!
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